Com a determinação do Governo do Estado em reduzir o índice de pobreza em Alagoas, a Secretaria de Estado da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos desenvolveu uma pesquisa sobre o desenvolvimento das comunidades quilombolas no Estado.
Nesta pesquisa foram catalogadas 67 comunidades, divido em oitos regiões e distribuídas em 33 municípios alagoanos. Nelas, os coordenadores encontraram vários problemas, desde o abastecimento de água potável, infra-estrutura, saneamento básico, falta de acesso ao sistema de saúde pública e difíceis acessos as comunidades.
Mediante esses problemas, a Secretaria da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos chama a atenção das outras secretarias para desenvolver um trabalho em conjunto, onde cada secretaria desenvolva o trabalho que está em déficit encontrado na região relacionado a sua área de atuação.
“Concluímos o reconhecimento da situação de cada comunidade, agora estamos tabulando as famílias, cada região contou com coordenador e pesquisadores que visitou casa a casa para ouvir os relatos dos moradores”, disse a secretária adjunta da Secretaria de Estado da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos, Nadja Lesa.
Ainda de acordo com ela, equipamentos de cultura, inclusão digital e o projeto Baú de Letras do Governo Federal irão ser implantados nessas comunidades. O Baú de Letras contribui para o desenvolvimento e a capacidade da escrita e de interpretação de textos de crianças que estudam em escolas públicas da zona rural viabilizando a alfabetização e a leitura entre os campônios do assentamento.
Além dos pontos negativos, foi detectado nessas comunidades um ponto bem positivo: a maioria vive da agricultura de subsistência e do artesanato. Em análise ao material, foi visto que podem perfeitamente ser comercializados, bastam ser instruindos e capacitados para revenda desses produtos, aumentando a renda das famílias, que hoje recebem menos do que o salário mínimo, renda essa proveniente de recursos federais como bolsa família.
O coordenador Jhonatan Neves, da região 4 que é composta por Arapiraca, Traipu, Palmeiras do Índios e Igaci, relatou o trabalho executado por ele nesta região. “Foi muito importante conhecer a realidade das comunidades quilombolas, eles são patrimônio cultural, produzem peças belíssimas em barro e bordados, só precisam de uma boa divulgação, estamos trabalhando para a melhoria de vidas dessas pessoas buscando parcerias com as outras secretarias de Estado”, afirmou.
Cinco comunidades chamaram mais atenção dos pesquisadores. Entre elas, está Filus com 43 famílias em Santana do Mundaú. Em época de chuva, devido a estrada de barro, não é possível o acesso a Filus. As demais comunidades foram Belo Horizonte com 74 famílias em Traipu; Tabacaria com 133 famílias em Palmeira dos Índios; Passagem do Vigário com 56 famílias e Carrasco com 199 famílias, ambas em Arapiraca. Todas estas comunidades apresentaram problemas com água potável.
Fonte: Aqui Acontece em 06/07/2011